A pergunta não objetiva fazer um levantamento da sua vida amorosa, e sim refletir sobre o matrimônio de um outro ponto de vista. Pois, mesmo que você esteja casada/o, há trinta anos com a mesma pessoa, já passou por mais de um casamento. Observando por este ângulo, você já se casou quantas vezes?
É possível casar-se, no mínimo, três vez com uma mesma pessoa.
O primeiro casamento é o do compromisso firmado no cartório, no templo ou apenas no consentimento do coração. Normalmente, ele resulta do encantamento de um casal que anseia por uma vida a dois, onde um apoiar-se-á no outro para bem realizar a caminhada terrena.
Neste primeiro casamento, o entendimento e o respeito à individualidade, à experiência anterior do outro, determinam uma maior ou menor turbulência na relação afetiva.
Um tem a capacidade de se colocar no lugar do outro para juntos resolverem as suas diferenças? Ambos são cooperativos ou individualistas? Ouvem ou só querem ser ouvidos? Os ajustes financeiros acontecem de forma tranquila ou conflituosa?
Muitos separam-se neste primeiro casamento, pois não conseguem conviver com as diferenças, desejando que o outro pense e aja “do seu jeito”.
O segundo casamento começa com o nascimento do/s filho/s. A vida do casal se transforma. Pois um ser, totalmente dependente, chega ao lar pedindo amor, paciência e dedicação para crescer feliz. Isto exige renúncia momentânea a alguns prazeres e também muito companheirismo para não sobrecarregar a mãe, que será muito exigida.
A aceitação consciente deste momento evita muito sofrimento. Hoje, há um percentual elevado de separações pela incompreensão desta realidade.
O novo membro da família, quando bem acolhido, retribui com amor, num aspecto nunca antes experimentado. Proporciona alegria, união, aprendizados diversos, dando novo sentido à existência.
Quando o filho sai de casa, trilhando seu próprio caminho e, às vezes, o casal já está em um novo momento da vida profissional, ocorre o terceiro casamento. Ambos, maduros e mais experientes, recuperam a intimidade dos primeiros tempos.
Para viver bem esses três casamentos, numa mesma relação ou em mais de uma, há que entender, e/ou descobrir na caminhada a dois, a importância e a seriedade deste compromisso.
Casar não é juntar as escovas de dente e dividir as despesas. Nem realizar uma linda celebração para meses depois, fugir aos desafios comuns à relação afetiva.
O casamento é uma instituição divina com importante função no projeto evolutivo dos seres humanos. A partir dele, os Espíritos que reencarnam, substituem os que retornam à Pátria Espiritual. E, nas vivências diárias, renovam os seus destinos, construindo juntos a felicidade através das eras.
Pense nisto e viva bem seus vários casamentos, às vezes em uma só relação!