Você quer ser feliz ou ter razão?

Nos bastidores de uma apresentação da Orquestra Cajuzinhos do Cerrado, de Goiânia, https://bit.ly/2TcjxjB, uma das meninas chorava com medo de errar. Outra violinista, criança como ela, consolou-a, propondo: “Se você errar diga – “eu não errei! Foi ela!” e aponte o dedo para mim. Eu assumo por você”. Solidárias e felizes, elas entraram juntas no palco. Você faria o mesmo? Avaliando-se, no dia a dia, você quer ser feliz ou ter razão?

Um número expressivo de indivíduos quer ser feliz tendo sempre razão. Fingir que dorme para não ceder o assento no transporte coletivo. Avançar o sinal vermelho. Comer o doce destinado a outro. Coordenar uma equipe e o colega estar melhor preparado. Ganhar uma discussão sabendo-se errado. Mostrar competência para dar brilho a si mesmo…

Ou seja, esses indivíduos veem o mundo e as demais pessoas pela ótica das suas próprias necessidades. O “eu” vem em primeiro, em segundo e em terceiro lugar. E o “outro” será importante quando funcionar de acordo com as suas conveniências.

São pais e mães que, pensando em si mesmos, não acolhem os seus filhos e os perdem para as drogas, para a depressão, para o suicídio. São funcionários e patrões que visam apenas seus próprios interesses. São governantes que se esquecem do povo. São religiosos que não respeitam a diversidade de convicções, atacando as demais.

As crianças, da orquestra de violinistas de Goiânia, cometeram um ou outro deslize no momento da apresentação. Mas, o troféu estava ganho antes de subirem ao palco – o comprometimento de juntos fazerem o melhor.

Todos eles estavam nervosos, mas se apresentaram. No futuro, alguns poucos se quiserem, alcançarão a virtuosidade no violino. Porém, a maioria estará habilitada em autoestima, solidariedade, tolerância, disciplina, perseverança, fraternidade, consciência corporal, cultura musical, memória auditiva e outros aspectos técnicos.

No projeto, as crianças são trabalhadas nos aspectos social, cognitivo, emocional e psicológico para se construírem cidadãos éticos e solidários.   

Ali, elas desenvolvem sua humanidade, para que, em qualquer situação e lugar, ouçam uma voz interior que diz: “Suba no palco da vida! Se errar, não tem importância. Eu estou com você e também erro! Juntos vamos fazer diferente!” Isto não é melhor do que ter sempre razão? Pense nisto!