Uma menina, de três anos incompletos, brinca com sua mãe em um parquinho. As duas se divertem juntas. Um garotinho aproxima-se com sua avó. A pequena, com os olhos brilhantes, diz à jovem senhora: “mamãe vamos fazer amigos”?
Você tem visto criança assim? Alegre, simples, fraterna, sendo apenas criança?
Na desafiadora realidade, deste tempo inquieto e inseguro, as crianças são orientadas a desconfiar e a conter sua expansividade natural. E, ao mesmo tempo, de forma contraditória, são expostas brutalmente às incoerências do mundo adulto agressivo e erotizado. Você tem pensado sobre isto?
Outra menina, mesma idade, em outro momento e lugar. Esta, na primeira visita à casa dos novos vizinhos de seus pais, abre e revira a geladeira sem pedir licença. Toma os brinquedos da criança da família, como se fossem seus. Mostra um vocabulário impróprio à idade e a sua dança é sensual.
Os pais lhe retiraram a natural amabilidade, não a preparando para uma convivência social saudável. Sustentam seu corpo. Presenteiam-na com roupas, sapatos e brinquedos do momento. Permitem o livre acesso às mídias, e privam-na do melhor presente – sua presença . Isto é amor?
Há um percentual elevado de crianças, e até de jovens e adultos com este perfil. Assim, como construir uma sociedade fraterna com indivíduos deseducados, e que atuam nos espaços sociais como em suas casas?
Não seria esta a causa dos dramas do trânsito? Do “atropelamento” de idosos nas calçadas? Das palavras desrespeitosas na maioria dos ambientes? Da violência nas escolas? Do lixo nas ruas e no gramado das praças? Ou ainda, na saída dos clubes e demais locais de lazer?
A menina e o menino do parque infantil brincaram juntos no escorregador, na areia e apostaram corrida na calçada. Foram à biblioteca ao lado. Ali, ouviram histórias lidas por suas acompanhantes. Pintaram no papel pardo preso nas mesinhas. Foram parceiros. E voltaram para o seu cotidiano cansados, felizes, de corpos e almas saciados de infância.
O mundo necessita, com urgência, de pais lúcidos para marcar as almas de seus filhos com o próprio exemplo. Não há cansaço físico que não possa se estender um pouco mais, a cada dia, para cultivar a alma dos seus amores.
A criança precisa de um ambiente sadio. Pouco acesso às mídias sociais. Alimentação e sono adequados. Bons livros. Leitura em família. Brincadeira infantil. Disciplina. Diálogo. Educação pelo exemplo. Isto é amor!
Uma criança amada, bem-educada, fortalecida por sentimentos e valores sólidos, se relacionará bem em qualquer ambiente.
E se, do início ao fim do processo educacional, ela for tratada e levada a perceber-se como um Espírito imortal, que percorre o tempo construindo e reconstruindo a si mesmo, o resultado será muito mais eficaz.
Mamãe vamos fazer amigos? Vamos amar a nós mesmos, sendo simples, fraternos e educados com os outros? Só quem vive, ensinando a viver assim, enriquece o mundo com pessoas melhores. Pense Nisto!
A educação de filhos considero como um grande desafio, principalmente se os pais ou responsáveis não compartilharem o processo educativo no cotidiano e no mundo íntimo. Enxergar o Espírito imortal em oportunidade de crescimento é uma forma de desenvolver o propósito nessa jornada de educação coletiva (familiar).
Perfeito! Uma reflexão profunda sobre o Espírito/a Alma imortal nos leva a reconhecer o papel fundamental da família enquanto encontro/reencontro de seres para resolverem suas pendências e construírem juntos a felicidade – nossa fatalidade evolutiva.